sexta-feira, 30 de julho de 2010

Canto fúnebre

A vida,
é um ensaio para a morte.
Hão de ser enterrados
no "Grand finale"
todos os dias mortos
e todas as noites vazias,
e as vãs filosofias
que sustentaram
as grandes mentiras.

E haverá comoção
e ranger de dentes
sobre o corpo inerte,
sobre a carne fria.

Livre,
haverá a alma
de espiar ao longe.

Ai de mim, que da vida sou cativa!
Pobre alma, que em mim espera.

Luna Echant

Hoje




Um dia

a mais

de vida

a menos.



Luna

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Epitáfio





Antes a morte
que me liberte
do que a doença
que me castre.

Luna

Necrológio

"C'est la vie"

Há dias em que só a morte parece fazer sentido.
Não que haja um desejo real em desfazer-se do corpo, ou das penas e dos pesos de se estar vivo, mas uma necessidade tão grande e gritante de fechar-se o todo em copas e ser nada mais do que um vulto passado. Deixar-se encerrar sem que as contas sejam feitas, os pesos medidos e as arestas aparadas.
Ser apenas mais um sopro, que cessou num suspiro último de alívio, ou de dor.
Há dias, em que morrer é mera questão de cerrar os olhos pois que a alma já fenece enquanto os dias correm e as noites se deitam sobre o corpo cansado.
Mas quão difícil se faz cerrar os olhos quando o corpo, ainda que abatido, insiste em pulsar.


Monica San